terça-feira, 5 de fevereiro de 2013


Viagem derradeira A Rosa Azul

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Viajava só, Tatuada em seu peito nu,
enodoado uma rosa azul;
com um cheiro azedo, de folhas denteadas,
ninguém ao seu lado se sentou. com pétalas macias e
Com seu olhar fixo na janela, espinhos agudos,
via um arco-íris que furavam seu mamilo
na gordura do vidro, Ele sangra,
outrora
melado por alguém. sem dor.
Os cheiros das comidas; Pingam,
bolachas, salgados e gotas de sangue,
pães com molho de tomate, azuis,
que se espalhavam nos vagões, pequenas,
ardiam em suas narinas, que nunca chegavam ao chão.
e minguavam seu estômago pobre Uma rosa aberta,
O par de mãos rachadas pela cal, de aparência vivaz,
e esfoladas pelos tijolos, mas sem vida,
dormiam estáticas nos joelhos sem aroma,
As sombras dos prédios, com sua cor fria,
que passavam rápidas monocromática
listrando o trem, Uma rosa azul,
e a fuligem, o sonho do geneticista,
que assentava nas ruas, e que marcará seu corpo
davam fadiga e melancolia, eternamente,
deixando a viagem mais longa. como também marcará,
No rádio de um velhinho, para sempre,
Decrépito ou até a morte,
em outro banco, uma borboleta verde,
tinia uma modinha antiga, gravada
que morria sem sintonia, e no ventre da mulher amada que
dava sonoplastia a cena final batendo
Descerá na última estação suas asas
com seus pensamentos vem pousar
tristes, macabros, mortais netas pétalas azuis,
Ao chegar em casa, quando esta mulher,
dormirá, porém, lhe agracia
não acordará com um abraço de amor.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013